Carreira

Eaí, já vendeu hoje?

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Durante minha jornada como desenvolvedor já tive altos e baixos. Momentos em que eu ganhava muito, outros nem tanto e algumas vezes não ganhava absolutamente NADA.
Sofrendo da famosa “síndrome do impostor”, simplesmente achava que eu não era bom o suficiente. Às vezes achava que eu realmente não merecia ter um ótimo ganho pois me achava medíocre como programador. A cada nova tecnologia que lançava, eu dava o meu melhor para aprender e poder aplicar essas novas técnicas no dia-a-dia simplesmente para ser um programador “melhor”.

O tempo foi passando e acabei percebendo que não importava o quanto eu me dedicasse, eu simplesmente acabaria sofrendo com esses altos e baixos, financeiramente falando.
Após eu sair de uma empresa em 2008, por conta de uma enorme pressão e stress, que me gerou uma terrível depressão acompanhada de síndrome do pânico, eu definitivamente precisava de dinheiro. A “estabilidade” tinha acabado e eu só dependia de mim mesmo.

Resolvi dar um basta na síndrome do impostor. Realmente me qualifiquei. Estudei muito, fiz cursos (muitos cursos), criei projetos fictícios. Estudei, estudei e estudei! Recuperei a minha auto-confiança! Fiz isso para não sentir nenhum remorso e para eu me sentir realmente preparado para o mercado.

Meu foco era ganhar dinheiro. Comecei a analisar a fundo como desenvolvedores, criadores de sites e de sistemas estavam fazendo para se sustentar, e o que percebi era que eles sofriam do mesmo mal: Altos e baixos.

Com a bagagem que tinha sobre área comercial e atendimento ao cliente, “fingi” para mim mesmo que eu era uma empresa. Essa pequena empresa tinha uma área comercial.

E ao focar  nessa área comercial, percebi que a empresa só daria certo se eu vendesse. Isso parece e óbvio, porém, nós desenvolvedores estamos tão focados no código, que deixamos isso de lado.

Criei diversas pequenas ações para fazer meu “departamento comercial funcionar”, e gostaria muito de compartilhar com você essa minha experiência.

1) Entendi exatamente que não adiantava nada eu fazer um site, uma loja, um sistema para um cliente se isso não trouxesse resultados reais para ele. Estudei muito para entender o que pretendia vender. Estudei um pouco mais a parte técnica para garantir que meu produto seria muito bom. O segredo de tudo nessa vida é você conseguir equilibrar seus estudos com sua parte empreendedora.

2) Percebi que não importa você querer ser o melhor do mundo. O que importa é você saber sim, dominar e estudar a todo momento nosso mundo técnico, mas também saber que no final da contas o que vale é o resultado que você trará para seu cliente.

3) Vender, vender e vender. Você terá que aprimorar-se como vendedor. Defina seu produto, liste os seus potenciais clientes (não aqueles de indicação que seu tio lhe passou), use seus recursos e estratégias para divulgar seu produto e então comece  suas vendas , marque reuniões ou mesmo apresente algo que realmente vai gerar valor para seu cliente final. Você pode estar pensando: Ahhh, mas eu não sirvo para isso… Não nasci para vendas. Nesse caso você tem duas opções: aprender e se esforçar ao máximo para conseguir  vender OU arranjar um sócio vendedor e não um sócio programador.

4) Finalmente, comece a definir suas metas financeiras de forma trimestral no mínimo. Acorde todos os dias e se pergunte: Já vendi hoje? Já tentei falar com alguém hoje? Caso você não tenha feito isso, tenha certeza que seus altos e baixos financeiros continuarão e talvez você ainda seja o cara que manja muito (ou pouco), que posta artigos super legais nas comunidades, medium, etc. Mas que sempre será frustrado financeiramente culpando a todos: mercado, economia, clientes chatos, chefe chato. Agora acredite, o grande problema é você mesmo. Afinal: Você já vendeu hoje?

 

OBS: Não estou aqui para julgar ninguém ou mesmo para dizer que sou o melhor vendedor do mundo. Por outro lado, minha visão mudou muito quando tive a percepção de que tudo importa: principalmente aquela área que pensamos que não é para gente.