Carreira

3 motivos para não fazer nenhum projeto de graça para construir seu portfólio

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Conseguir novos clientes principalmente quando estamos no início de nossa carreira pode ser algo extremamente difícil e algumas vezes muito frustrante. Normalmente não temos total segurança em nossa capacidade técnica, não temos portfólio, não sabemos como elaborar uma boa proposta, não temos maturidade o suficiente para aquele jogo de cintura para negociar e conseguir transmitir o ponto fundamental para fecharmos qualquer venda: o valor percebido.

Esses pontos fazem com que fiquemos muitas vezes paralisados. Normalmente criamos desculpas para o nosso “fracasso”. Por exemplo: “não consigo clientes porque não tenho portfólio, logo ninguém confia em mim…”

Sim, isso é um fato: quando não temos uma carteira de clientes tudo parece e realmente é mais difícil e nesse ponto tendemos a cometer um famoso erro: Pegar projetos de forma gratuita para criar nossa carteira de clientes.

Nesse post quero lhe dar algumas razões baseadas em minha própria experiência de como isso pode ser um grande tiro no pé.

1) Comprometimento pelo lado do cliente.

Quando nos propomos a fazer algo de graça, normalmente o cliente deixa de ter aquele comprometimento necessário que você precisa para que você possa entregar algo de qualidade. As definições do projeto demoram para chegar, os textos do site levam uma eternidade para serem elaborados, as fotos são totalmente de baixa qualidade. Muitas vezes quando temos que entregar um projeto relativamente complexo, o cliente simplesmente não para e senta para realmente pensar como ele quer o sistema. Normalmente tudo é muito superficial. Na cabeça dele, se não for isso que ele imaginava, ele pede para refazer. Quando fazemos de graça a famoso ditado: “time is money” não se aplica para nosso cliente. O pior de tudo é que normalmente esses tipos de projeto duram uma eternidade e o cliente ainda pode sair falando mal, pois você não fez exatamente o que ele queria.

2) Definição dos limites do projeto

Definir os limites e o escopo de um projeto é normalmente algo complexo e muito difícil de se fazer. É uma etapa extremamente crítica que mesmo quando o cliente está pagando isso tende a mudar muito durante o todo processo de desenvolvimento. A grande diferença de quando você cobra pelos seus serviços é de que uma vez que você tem o escopo definido, tudo fica mais simples e transparente para o cliente final, logo, se ele cruzar essa linha, você poderá cobrar mais dele. Normalmente projetos que fazemos de forma gratuita, mesmo tendo definido um escopo, o cliente sempre vai tender a cruzar a linha, porém, uma vez que você fala NÃO, ele simplesmente pode ficar zangado (pois na cabeça dele, você está fazendo de graça e tem que atender todas suas demandas), deixar o projeto de lado e ainda dizer que você não foi bom o suficiente para atender a demanda. Se isso acontecer, todo seu trabalho vai ser em vão.

3) Tempo é dinheiro

Todos sabemos que o famoso “time is money” é uma realidade quando estamos falando em negócios. Quando você fecha um contrato e recebe a primeira parcela de seu cliente, ele tenderá a estar mais presente durante o processo de desenvolvimento. Isso faz com que a quantidade de erros baseado nas especificações diminuam. O cliente vai te cobrar mais, porém, a participação dele será mais ativa fazendo com que o projeto fique rapidamente alinhado as suas expectativas. Acredite, as fotos chegarão mais rapidamente, os textos estarão prontinhos em sua caixa de email e ele saberá botão por botão de sua interface. Agora se ele não colaborar, ele estará perdendo dinheiro, por outro lado, você estará recebendo o seu. O efeito psicológico no cliente é totalmente diferente. “Eu já paguei, agora quero ver isso pronto”.

Outros motivos

Há outros milhares de motivos pelo qual você não deve pegar projetos de forma gratuita para formar seu portfólio. Em um próximo artigo, apresentarei algumas dicas de como contornar essas principais dificuldades para que você consiga seus clientes recebendo por isso e ainda garantindo a satisfação das partes envolvidas.